Percepção

Às vezes penso que está tudo errado
Às vezes, que é pra ser errado
No fundo, que é nossa natureza

A beleza realista gostaria de exprimir aqui
Mas aí deixaria de ser realista
Não acha?

Pobre coitado eu poeta
Sou tão chato, mas tão chato.
Que até concluo que mesmo as pessoas de mim gostam
Não de mim gostam e sim da minha chatice

De qualquer forma, não sou menos chato que vocês
Um pensamento qualquer e se eu prolongar muito vai deixar de ser realista
Pensador eu? Não me julgues
Não penso, percebo.

Começando o dia!

Para começão o dia, o poema que tentei escanear e não deu, vai digitado mesmo (no papel ficou mais legal):

Poetas grandes e menores
Acompanhado de trocadilho e métrica ruim

É relativamente fácil descrever um poeta, basta ler todos os poemas dele, analisá-los um a um e dar o veredicto.
Veredicto do latim “Veredictum”, “verdadeiramente dito”, então cuidado, pois se errar no veredicto, não será mais verdadeiramente dito.
Poetas são assim, ora escrevem em posa
Ora em versos

Ora muda de estrofe
E de repente bagunça todo o papel

Poeta ora escreve com métrica
Poeta ora escreve sem métrica
Nenhuma

E volta para a prosa, se deliciando em palavras simples, e tentando criar um texto formidável.
E poeta não escolhe a hora de usar parágrafo, nem a hora de escrever certo, vai saindo tudo assim, bem jogado.
Há poetas que trabalham por dias em um poema, há poetas como eu, que não escreve poemas.

Então como definir um poeta?
E poesia, tem definição?

Poeta gosta de ver a folha cheia, poeta é assim mesmo, todo escrevedor e inventor de palavras, poeta nem sabe o que faz, por isso digo que não escrevo poesia.
Há poetas e poetas, desde os grandes aos menores, Vinicius e Manuel eram menores, eu sou grande.
Tem poeta que recita, poeta que canta, poeta que le e critica e poeta que faz tudo isso
Mas ainda não sei, o que é um poeta?
E o que é uma poesia?

Ponto final, dessa vez escrito e acompanhado de vírgula

No jeitinho do poeta

Quando comecei a escrever, os poemas que falavam de poemas se mostraram um forte meu, embora parei de escreve-los, para não ficar repetitivo, posto um antigo aqui, o título é “No jeitinho do poeta”, espero que gostem:

Sem ter impulso poético algum
Decido arriscar alguns versos
Como sempre faço
Decido então completar a estrofe

Ao iniciar a segunda estrofe
Talvez seja hora de chingar o burguês
No terceiro verso talvez eu fale do amor
Formidável o amor no último verso da segunda estrofe

Na terceira estrofe eu completo o poema
Falando de qualquer coisa
Geralmente com um final impactante
É que eu paro de escrever

 

Compostos

Mais um de meus poemas líricos:

Os versos quase não saem
Minhas palavras acabaram
Eu nem sei mais como dizer isso de modo não clichê
Só sei que a frase já se repetiu umas quinhentas vezes só em poemas

Nem concordância verbal mais eu consigo ter
Usar o meu português falho parece covardia
Mas a inspiração ainda persiste
E o meu amar, sempre será o bastante

De versos e estrofes se compõe um poema
De palavras se compõe um verso
E de frases se compõe uma estrofe
Sabe-se lá o que se compõe o amor

Sei que sinto tanto ele
Que o meu ser é de puro dele
E o meu corpo de puro seu
Eu sei do que sou composto

Sou composto de amor
De amor por você
E caindo no clichê como sempre
Termino falando que só o que sinto
É amor, e que tudo o mais se resume

Mas e o nosso amor, do que é composto?
É composto de confiança? De intrigas? De beijares sensuais?
O nosso amor, é composto de amor

Os poemas podem ser compostos de versos e estrofes
E as estrofes, de frases
E versos, de palavras
Mas esse aqui, é composto, estrofes, versos e poema
Só e somente, de amor.